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Como surgiu o movimento Antifascista ?

  • afa258
  • 5 de ago. de 2015
  • 4 min de leitura

O movimento Antifascista nos moldes "Antifa" surge no começo dos anos 80 na Europa com a forte ascensão da extrema direita no continente, motivada pela crise econômica do capitalismo. Antes a referência ao Antifascismo era apenas de oposição a regimes autoritários, mas à partir desse período ele se fragmenta como identidade, cultura e movimento. Com a crescente onda conservadora no continente, aumenta o número de grupos que utilizam práticas violentas contra negros, imigrantes e outras minorias dos guetos europeus. Um exemplo disso é o caso Inglês, em que a Frente Nacional (National Front), recrutará neo-nazis como seguranças nas suas passeatas e posteriormente vão actuar contra a imigração paquistanesa, indiana e jamaicana no Reino Unido. Na França e Grécia o alvo são os imigrantes africanos e árabes com a Acção Francesa e a Aurora Dourada (Golden Dawn), também aliados a grupos de rua que utilizam a violência como prática política. Essa tendência agressiva dos partidos e movimentos conservadores na Europa espalhou-se por diversos países europeus, tendo uma grande força na Polônia, Suécia, República Checa, Espanha, Portugal, Alemanha e Rússia . Ambos os grupos conservadores compartilham ideologias políticas similares, porém alteradas apenas pelas especificidades de suas determinadas regiões, o nacionalismo como resposta a imigração e diversidade cultural é a principal bandeira desses grupos, a crise do capitalismo nos anos 80 gerada pela redução da actuação do estado, submisso a políticas neoliberais, vai gerar desemprego em massa e os bodes expiatórios serão os imigrantes que fugiam de seus países saqueados economicamente e politicamente pelos próprios europeus. Esses grupos de direita vão culpar o estrangeiro como principal causa para o desemprego, desviando o foco da culpabilidade do sistema econômico, apoiado pelas elites de seus países no saque da matéria prima e humana nas nações africanas e asiáticas. O racismo vai ser um aspecto forte e grande aliado da xenofobia, a eugenia europeia não foi apenas um aspecto do nazismo e fascismo, ironicamente ela se perpetuou na mentalidade eurocêntrica dos grupos conservadores, independente do país e histórico do mesmo, um exemplo disso é que em países aliados o racismo teve forte voz contra a imigração como no caso da Inglaterra com a forte imigração jamaicana e a França com a imigração africana. Nos anos 80, grupos neo-nazis assumidos eram a linha de frente dos partidos nacionalistas, até mesmo a Rússia não escapou disso, os Nacionais Bolcheviques deturparam o “socialismo” a um nível étnico. A religião vai ser outro aspecto em comum com esses grupos de direita, o cristianismo vai ser utilizado como massa de manobra para a adesão de mais membros em suas fileiras, na intenção de manter uma cultura purista europeia, utilizando do anacronismo moral para justificar os bons costumes dentro da mentalidade branco-burguesa. O comunismo mesmo em crise com a URSS, vai ser outro argumento para espalhar o medo e a aversão ao socialismo, isso propositalmente vai legitimar o discurso da meritocracia, do individualismo e da competição dentro da sociedade e indirectamente fortalecer uma mentalidade liberal a cerca de organização enquanto comunidade. Os grupos de rua financiados pelos partidos conservadores vão dar atenção especial a militantes da esquerda, pelo revanchismo histórico na segunda guerra mundial e pela divergência de opiniões políticas, muitos comunistas e anarquistas serão assassinados nas ruas e seus assassinos não serão julgados, pois muitos juízes vão se identificar com as ideias conservadoras dos agressores. Essa ausência do poder jurídico em encarar esse conflito político de forma imparcial, vai ser um dos factores que vão legitimar a mobilização independente e civil de grupos Antifascistas. Em resposta a toda essa ascensão totalitária, militantes anarquistas e comunistas vão se aliar criando de forma independente um movimento único em todo o continente para confrontar grupos que utilizam do medo como instrumento de poder. O movimento antifascista surge com uma postura de rua e não institucional, muitas vezes abraçando a acção directa como um fim para barrar as agressões sofridas pelas minorias. Bairros de imigrantes vão começar a receber uma protecção que não recebiam das instituições, grupos antifascistas vão começar a patrulhar áreas em que neo-nazis e nacionalistas cometiam seus crimes para defender a população não nativa da perseguição.

Os antifascistas vão utilizar a contra cultura para subverter e desconstruir valores de intolerância e autoritarismo, talvez seja esse um dos principais discursos dentro do movimento como arma para se opor de forma intelectual a seus inimigos, o conceito de desconstrução como factor essencial para reeducar as pessoas, desconstruindo o racismo, machismo, homofobia, posturas autoritárias e aversão a outras culturas. A perspectiva libertária é um aliado nesse processo de reconstrução. Demonstrando os privilégios que cada um tem em nossa sociedade, levamos a reflexão das relações de poderes na ordem vigente. Consciência política para os antifascistas é uma mobilização individual e colectiva como forma de avançar na luta de classes e contra as desigualdades de poderes dentro da sociedade. Essa união se deu não através de idealizações políticas em grupos com características próprias, mas, sim através da realidade quotidiana ao analisar a sociedade e perceber o risco eminente de uma extrema-direita forte, com poderes institucionais ou militares. info via: http://antifa161.blogspot.pt/2015/05/manifesto-antifascista-2-entendendo-o.html


 
 
 

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